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Engenheiras Ambientais da Napeia Consultoria e Projetos integram Comitiva Gaúcha com foco em energias renováveis na Europa

25/07/2022

Feira de Hannover

Na última missão Alemanha/Países Baixos, realizada entre 30/05 e 04/06/2022 sob a coordenação da FIERGS e participação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a Napeia Consultoria e Projetos esteve representada pelas engenheiras ambientais e coordenadoras técnicas Michele Avrella e Verônica Casagrande. 

Dentre as atividades desenvolvidas foi visitada a Feira de Hannover, conhecida como a maior feira industrial do mundo. O foco no setor de energia esteve voltado, principalmente, para a produção, armazenamento e transporte de hidrogênio verde, objetivando a diversificação da matriz energética e predominância no uso de energias renováveis. 

Foi possível identificar que são iminentes os investimentos e os desenvolvimentos a serem realizados para a descarbonização com uso de energias limpas, com ênfase na tecnologia de hidrogênio verde. Outrossim, verificou-se que, apesar da intenção de abandonar o uso de carvão até 2030, a Alemanha retomou e aumentou a utilização de usinas térmicas que utilizam aquele combustível fóssil, em decorrência da atual situação de instabilidade na região do leste Europeu. 

A tecnologia de geração de hidrogênio verde está baseada na geração daquele combustível universal, leve e muito reativo, por meio do processo químico conhecido como eletrólise. Este método utiliza a corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio presentes na água. Por esta razão, se a eletricidade utilizada for obtida de fontes renováveis, a produção de energia não irá emitir dióxido de carbono na atmosfera (IBERDROLA, 2022). Atualmente, a viabilidade da produção do hidrogênio verde está associada à disponibilidade hídrica, ao alto custo de produção e às questões técnicas de logística. 

Localmente, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul vem realizando estudos para avaliar a viabilidade de promover a transição para descarbonização por meio do uso do hidrogênio verde, criando um novo ramo na matriz econômica de alta tecnologia e valor agregado. Considera-se que o Porto do Rio Grande, localizado no Sul do Estado, possui condições favoráveis para ser um importante player, visto que já possui infraestrutura e logística necessárias.

Além disso, identificou-se na visita a disponibilização de diversas soluções voltadas à produção neutra em carbono, tendo em vista as metas previstas na atualização da política energética da Alemanha (Osterpaket), anunciada no mês de abril deste ano, pelo vice-chanceler e ministro de Assuntos Econômicos e Proteção Climática, Robert Habeck. A política estatal prevê que, até o ano de 2030, 80% da energia elétrica consumida no país deverá ter origem em fontes renováveis, para que 100% de energia consumida seja de fonte renovável a partir do ano de 2035.

Para alcançar os resultados previstos, os técnicos daquele país europeu prevêm dobrar a capacidade eólica onshore para 115 gigawatts (GW) e triplicar a geração de energia por fonte solar para 215 GW, enquanto que a expansão de projetos offshore de geração de energia por fonte eólica totaliza 30 GW.

No Brasil, a meta assumida no Acordo de Paris foi reafirmada na COP26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), realizada em novembro de 2021, referendada pelo governador do Estado do Rio Grande do Sul, em compromisso com a neutralização das emissões de carbono em 50%, até 2030. 

Entre as demais atividades desenvolvidas no evento, que agregaram conhecimento e oportunidade de negócios para o alcance das metas, foram realizadas visitas técnicas em empreendimentos eólicos onshore, nearshore e offshore (Windpark Emmeloord, Windpark Kremmer e Eemshaven), onde foram abordados tópicos específicos referentes ao escopo do processo de licenciamento e monitoramento ambiental, bem como, das compensações socioambientais decorrentes da implantação dos parques eólicos. 

A comitiva que esteve nos Países Baixos também visitou o Eemshaven - Seaport Groningen, conhecido como o porto de energia do noroeste da Europa, principal hub na indústria eólica offshore e responsável por um terço de toda a energia produzida na Holanda, e o Porto de Roterdã (em neerlandês: Rotterdam), que está sendo preparado como centro internacional de produção, importação, aplicação e transporte de hidrogênio para outros países do noroeste da Europa.

Após a conclusão desta missão, juntamente com a equipe Sindienergia, as representantes da Napeia Consultoria e Projetos também esteviveram nos parques Windpark Fryslân (nearshore) e Irene Vorrink Wind Farm (nearshore), estando este último já descomissionado após 25 anos de operação, em decorrência da vida útil e da baixa capacidade instalada, em relação às turbinas dos projetos atuais. Os aerogeradores não serão reconstruídos no mesmo local, tendo em vista não mais ser permitido instalar estruturas de grande porte no dique construído.

A Napeia Consultoria e Projetos agradece ao Sindienergia RS pelo convite a esta importante missão, e à comitiva estadual e à FIERGS, pela parceria nas atividades técnicas! 

REFERÊNCIAS

EPBR. Hidrogênio verde pode ficar competitivo até 2030, com renováveis mais em conta. 2022. Disponível em: <https://epbr.com.br/hidrogenio-verde-pode-ficar-competitivo-ate-2030-com-renovaveis-mais-em-conta/>.

GRONINGEN SEAPORTS. Eemshaven: one of the leading ports in offshore wind industry! Disponível em: <https://www.groningen-seaports.com/en/industries/offshore-wind/#verder5>.

IBERDROLA. Sustentabilidade. O hidrogênio verde: uma alternativa para reduzir as emissões e cuidar do nosso planeta. 2022. Disponível em: <https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/hidrogenio-verde>. 

RIO GRANDE DO SUL. Na COP26, governadores lançam Consórcio Brasil Verde. 2021. Disponível em: <https://sema.rs.gov.br/na-cop26-governadores-lancam-consorcio-brasil-verde>.